Hipertensão arterial (pressão alta) é uma doença
crônica caracterizada por apresentar elevação persistente dos níveis de pressão
sanguínea nas artérias,
fazendo assim com que o coração tenha que
exercer um esforço maior do que o normal para fazer circular
o sangue através dos vasos sanguíneos.
A hipertensão pode não apresentar
sintomas e por isso também é conhecida como doença silenciosa, dificultando
assim seu diagnóstico. Nesse caso, a pessoa permanece meses e até anos sofrendo
os danos causados sem sentir nada. Em casos em que os sintomas aparecem, muitas
vezes são confundidos com os de outras patologias. Esses sintomas podem ser:
dor de cabeça, tontura, cansaço, enjoos, falta de ar, sangramentos nasais,
entre outros.
Essa alteração na pressão arterial é um
dos principais fatores de risco para a
ocorrência do acidente vascular cerebral, tromboembólico ou hemorrágico, enfarte
agudo do miocárdio, aneurisma arterial (por exemplo, aneurisma
da aorta), doença arterial periférica, além de ser uma das causas de insuficiência renal crónica e insuficiência cardíaca. Mesmo moderado, o aumento da pressão
sanguínea arterial está associado à redução da esperança
de vida.
Alguns fatores que predispõem à
hipertensão:
- · Obesidade;
- · Uso de cigarros, charutos e demais derivados do tabaco;
- · Uso descontrolado de bebidas alcoólicas;
- · Ingestão descontrolada de sal;
- · Hereditariedade: filhos e parentes de hipertensos têm mais chances de se tornar hipertensos;
- · Sedentarismo: a falta de atividade física contribui para o aumento da pressão arterial;
- · Ingestão de alimentos ricos em gordura: prefira carne branca e verduras. Evite embutidos, enlatados e frituras;
- · Diabetes: portadores de diabetes têm duas vezes mais chances de desenvolver hipertensão;
- · Estresse: situações que levam ao estado de ansiedade também podem elevar a pressão arterial.
Como Prevenir?
A maior parte das complicações que a pressão
arterial elevada acarreta é sofrida por indivíduos que não estão diagnosticados
como hipertensos. Deste modo, torna-se necessária a adoção de estratégias de
redução das consequências da pressão arterial elevada e reduzir a necessidade
de terapias à base de fármacos anti-hipertensivos. Antes de se iniciar qualquer
tratamento, recomendam-se alterações do estilo de vida de modo a reduzir a
pressão arterial. Como meio de prevenção primária da hipertensão, as
orientações de 2004 da Sociedade Britânica de Hipertensão, em consonância
com as definidas já pelo Programa Educativo para a Alta Pressão Sanguínea dos
Estados Unidos em 2002 recomendam as seguintes alterações ao estilo de
vida:
- Manter o peso normal em adulto (i.e. índice de massa corporal de 20–25 kg/m2);
- Reduzir o consumo de sódio para <100 mmol/ dia (<6 g de cloreto de sódio ou <2,4 g de sódio por dia);
- Praticar atividade física aeróbica de forma regular, como caminhar a pé (≥30 min por dia, a maior parte dos dias da semana);
- Limitar o consumo de álcool a 3 unidades por dia em homens e 2 unidades por dia em mulheres;
- Manter uma dieta rica em fruta e vegetais (pelo menos cinco porções por dia).
As alterações dos hábitos e estilo de vida, quando
feitas corretamente, podem baixar a pressão arterial para valores idênticos aos
obtidos com medicação. A combinação de duas ou mais alterações pode produzir
resultados ainda melhores.
Com a evolução da investigação sobre a genética da
hipertensão arterial será possível no futuro estudar geneticamente a população,
detectar os fatores de risco geneticamente relacionados com a doença e fazer a
profilaxia desta.
Tratamento
A primeira forma do tratamento da hipertensão é
idêntica às alterações no estilo de vida recomendadas na prevenção e
incluem: alterações na dieta, exercício físico, e controlo do peso. Todas
estas medidas têm demonstrado reduzir de forma significativa a pressão arterial
em indivíduos hipertensos. No entanto, se a pressão for tão elevada que
justifique o uso imediato de medicamentos, as alterações dos hábitos de vida
continuam a ser recomendadas em conjunto com a medicação. Tem-se publicitado
vários programas de redução da hipertensão arterial através da redução do stress psicológico,
como técnicas de relaxamento ou meditação.
No entanto, as alegações de eficácia quase nunca não são confirmadas por
estudos científicos, e os poucos que existem são de qualidade e metodologia
duvidosa.
A alteração dos hábitos alimentares, como a adopção
de uma dieta de baixo teor de sal, é benéfica. Está demonstrado que uma dieta
com pouco sal durante um período de apenas quatro semanas, oferece benefícios
tanto em hipertensos como em pessoas com pressão arterial regular. De
igual modo, está também demonstrado que uma dieta rica em frutos secos, cereais
integrais, peixe, carne branca, frutas e vegetais, diminui de forma
significativa a pressão arterial. Uma das principais vantagens da dieta é
diminuir o consumo de sódio, embora seja rica em potássio, magnésio, cálcio e proteínas.
Podem também
ser utilizadas medicações que estão disponíveis várias classes de
fármacos para o tratamento da hipertensão, referidos em conjunto como anti-hipertensivos. A prescrição deve considerar sempre o risco
cardiovascular do paciente (incluindo o risco de enfarte do miocárdio e
acidente vascular cerebral) e os valores de pressão arterial medidos, de forma
a obter um perfil cardiovascular preciso do paciente. Caso seja dado início ao tratamento
com medicamentos, o JNC7 recomenda que o médico não só monitorize a resposta do
paciente à medicação, como identifique os efeitos secundários que possam vir a
ocorrer. Segundo o
relatório JNC7, a redução da pressão arterial em apenas 5 mmHg pode
reduzir o risco de um AVC em 34%, de cardiopatia isquêmica em 21%, e a probabilidade de vir a
sofrer de demência,
insuficiência e do
risco de morte por doença
cardiovascular. O objetivo
do tratamento deve ser reduzir a pressão arterial para valores iguais ou
inferiores a 140/90 mmHg na maior parte dos indivíduos e
inferiores nos que sofrem de diabetes ou de doenças renais (alguns
profissionais recomendam a manutenção de valores inferiores a 120/80 mmHg) porém tendo sempre em conta cada caso em
particular. Caso não se
consiga atingir este objetivo, deve ser realizada uma alteração no tratamento,
já que a inércia clínica é um claro impedimento do controlo da pressão arterial.
Cuide-se!
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